segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Deus: Consciência geradora de Vida

A visão que se tem de Deus muda conforme se modifica o homem em sua jornada. O politeísmo trazia em cada deus manifestações das características humanas. Havia deuses e deusas do amor, da guerra, da sabedoria, da paciência, da criatividade, dentre tantos outros.
 
Com o advento de crenças monoteístas, começamos a atribuir a este Deus único tais características. Criamo-Lo a nossa imagem e semelhança e atribuímo-Lo uma face que nos fizesse, se não compreender, ao menos respeitar a “Sua vontade”. Foi-nos apresentado um Deus punitivo, vingativo e até cruel, pois precisávamos da lei, precisávamos de regras que nos fizessem respeitar ao mínimo nossos irmãos, e naquela época só conseguíamos respeitar os direitos dos outros pelo medo. Só nos restava obedecer, sem questionar, em uma espécie de fé cega. Além do mais, cultuávamos a guerra e a força física. Sendo assim, essa “qualidade” precisava existir para passarmos a um entendimento monoteísta. Criamos ainda um Deus vingativo, que punia ao não ser atendido e um Deus egoísta, que nos atendia em nossos pedidos em troca de algo, muitas vezes material.
Esse talvez seja o ponto que faz muitos desacreditarem da existência dessa Força Geradora de Vida. A percepção de paixões atribuídas a Deus pode levar a um questionamento a respeito de sua inexistência, simplesmente por essa situação não fazer sentido. Porém, é possível trocar essa visão rígida pelo estudo e busca de conhecimentos, sempre pautados no amor. Assim se torna possível caminhar, respeitando a todos.
Aos poucos, conforme fomos compreendendo alguns ensinamentos, começamos a caminhar, lentamente, para a compreensão de um Deus de amor, de justiça e de misericórdia. Mas ainda nos prendíamos a uma figura humana. Deus é um, mas ainda visto com um ser que está fora, que está no céu. Um ente isolado do mundo que o criou e agora o comanda. Precisaríamos transcender para, quem sabe um dia, estar em Sua magnânima presença, após a morte de nosso corpo físico.
 
Contudo, nós já podemos ir além. Estamos desenvolvendo a compreensão de que o Pai não está fora. Ele se faz presente em toda criação. “Eu Sou uma Centelha Divina”. Todos somos. Ora, se Deus é um, mas não é uma figura superior a nos observar e punir, podemos chegar a conclusão de que essa unidade se faz pela união de toda criação. Trata-se de um coletivo. Abandonaríamos aqui essa percepção individualista de dentro e fora, porque o que esta fora também me constitui ao mesmo tempo em que somos parte de Deus.
A partir desta compreensão a necessidade de desenvolvermos o amor se faz ainda mais clara. O amor que posso oferecer ao meu irmão é na medida do amor que desenvolvo por mim, é na medida do amor que desenvolvo por Deus. Da mesma forma acontece com qualquer atitude, sentimento ou pensamento que dirijo a um irmão. Dirijo-o a Deus e a minha pessoa. Está na hora de atentarmos para essa compreensão e trabalharmos na construção de um mundo mais fraterno. Faço parte de toda criação e toda criação me constitui.
Deus poderia, neste momento, apesar de toda limitação de nossa consciência e linguagem, ser entendido como a Consciência Onipresente e Onipotente que nos dá vida. Compreensão esta que nos leva a tratar a tudo e a todos com mais amor, respeito, compreensão e tolerância. Talvez sejamos muito mais do que irmãos...
Por UCNF

Nenhum comentário:

Postar um comentário